Levantamento encomendado pela CNTA mostra também que apenas 12% da categoria consegue frete direto com o embarcador
O caminhoneiro autônomo no Brasil trabalha em média 13 horas por dia e 23 dias por mês para receber cerca de R$ 3,9 mil. É o que mostra a Pesquisa da CNTA: “A realidade do caminhoneiro autônomo em 2022”. Apenas 12% conseguem frete direto com o embarcador.
A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) encomendou uma pesquisa com o instituto AGP Pesquisas para traçar o perfil do transportador autônomo de cargas. O objetivo do levantamento é identificar as especificidades deste profissional e com base nessas informações possibilitar o desenvolvimento de ações focadas em suas necessidades e realidade.
Esta é a primeira pesquisa realizada com foco exclusivo no caminhoneiro autônomo.
RESULTADO
A pesquisa da CNTA revelou informações que destoam do conhecimento popular da categoria, como por exemplo, a situação da frota destes profissionais.
Segundo o levantamento, a idade média do veículo do TAC é de 14 anos, sendo que o implemento mais utilizado é o baú (35%). Dentre os entrevistados, 81% apontou que o seu veículo já está quitado.
Outro ponto de grande atenção é quanto ao conhecimento destes profissionais às leis que regem sua profissão, uma vez que 45% apontou desconhecer a existência da Lei do Piso Mínimo do Frete.
A CNTA também registra a preocupação destes profissionais quanto à sua segurança. Isto porque, 59,7% dos entrevistados responderam que nunca se sentem seguros nas rodovias e 43,4% deles já foi vítima de roubo de carga.
A maior parte (34%) aponta a infraestrutura das rodovias como a maior dificuldade de categoria, seguida de segurança (33,2%). A remuneração é a terceira (28,9%) e a saúde a quarta (3,9%).
Quanto ao perfil social desta categoria, 52% estudou até o ensino médio e têm uma média de 19 anos de profissão.
“Identificamos alguns desafios com nossa pesquisa e nos surpreendemos com alguns resultados. Nosso objetivo com a pesquisa é estabelecer um planejamento mais efetivo dentro das demandas levantadas e evidenciar para a sociedade qual é a realidade deste profissional”, destaca o presidente da CNTA, Diumar Bueno.
PESQUISA
A pesquisa foi aplicada presencialmente entre os dias 4 e 18 de abril de 2022 e contou com uma amostragem de 1.000 caminhoneiros espalhados em cinco pontos do Brasil, sendo eles Paranaguá (PR), Santos (SP), São Paulo (SP), Contagem (MG) e Feira de Santana (BA).
Ao todo, a entidade formatou um questionário com 25 perguntas que visavam traçar o perfil demográfico, social e profissional do caminhoneiro autônomo.