Em junho, as vendas caíram 2,17% e, no acumulado do ano, há baixa de 12,1%
Nelson Bortolin
Enquanto as concessionárias de automóveis comemoram um aumento nas vendas de 11,41% no mês de junho comparado com maio e de 7,37% no acumulado do ano, o mercado de caminhões apresenta quedas de 2,17% e 12,10%, respectivamente.
Como já se esperava, o pacote do governo de estímulo à indústria automobilística e renovação de frota, que prevê descontos de até R$ 80,3 mil na aquisição de caminhão, não atraiu os compradores às concessionárias. Foram emplacados em junho 7.772 caminhões em todo o País. Em maio, haviam sido 7.893. No acumulado do primeiro semestre, são 50.532, quantidade 12% menor que no mesmo período de 2022.
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Os números são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). “Todos os segmentos registraram alta no volume, com exceção de caminhões, categoria que teve de se ajustar à nova tecnologia de emissões (Euro 6) na primeira metade de 2023”, disse o presidente da entidade, Andreta Jr., em comunicado enviado à imprensa.
Embora o setor de transporte de cargas tenha sido contemplado com R$ 700 milhões pela MP 1.175, o presidente da federação destaca que o segmento de caminhões passa por um momento difícil.
Segundo Andreta Jr., o segmento ainda sofre com os juros elevados e aumento da inadimplência, o que dificulta financiamentos de produtos Euro 6, em função dos novos preços. “O mercado tem mostrado cautela para finalizar a aquisição de veículos novos, em função dos preços dos produtos com a nova tecnologia”, afirma.
Apesar de ter sido o segmento que mais recebeu descontos tributários, a Medida Provisória não gerou negócios. “Principalmente, os profissionais autônomos, aguardam o Programa Renovar, que está em discussão entre o governo e as entidades do setor, e que visa promover a renovação gradativa da frota.”