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Caminhão Chinês elétrico tem 49 toneladas de PBTC

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Veículo, que custa R$ 1,3 milhão, está sendo importado pela XCMG; já existem 120 no Brasil

Nelson Bortolin

O transporte de carga de curta e média distâncias começa a ganhar novo aliado no Brasil: os caminhões elétricos pesados. Uma das marcas que estão oferecendo esses veículos é a chinesa XCMG, que já importou 120 unidades do E7-49T.

Com fábrica em Pouso Alegre (MG), onde produz maquinário agrícola, a empresa pretende começar a fabricar caminhões no País nos próximos anos.

O E7-49T é um cavalo 6×4, com 10,8 toneladas de tara e peso bruto total combinado (PBTC) para 49 toneladas. Ele custa R$ 1,3 milhão e tem autonomia de 150 km. Sua bateria pode ser recarregada em aproximadamente uma hora. O preço do carregador é de R$ 200 mil.

O gerente de Elétricos da XCMG Brasil, Ricardo Senda, explica que a bateria, que tem 2,2 metros de altura, é o componente mais caro do caminhão, cerca de R$ 500 mil.

Mesmo com valores tão expressivos, o executivo alega que o investimento se paga num tempo relativamente curto, em até dois anos e meio. “O caminhão a diesel tem um custo em torno de R$ 3,30 por km rodado. E, no elétrico, esse custo cai para R$ 1”, conta.

A economia, conforma alega Senda, não se dá apenas no valor da energia. A manutenção do elétrico é mais barata porque o número de peças do veículo é bem menor. “A gente sabe que o maior índice de desgaste dos equipamentos vem do atrito das peças. Num veículo a combustão, estamos falando em torno de 200 partes móveis que conversam entre si: bomba, bico, embreagem, câmbio… Num elétrico, são apenas 20 partes móveis”, alega.

O executivo diz ainda que o caminhão elétrico tem 4 marchas contra 16 de um similar a diesel.

E ressalta os benefícios dos elétricos para o meio ambiente. “A cada 150 quilômetros rodados, o caminhão despeja 162 kg a menos de CO2 na atmosfera na comparação com o veículo a diesel.”
Segundo o gerente, a XCMG é a segunda maior fabricante de caminhões elétricos da China e a experiência mostra que esses veículos dificilmente servirão a distâncias maiores de 200 km. “Para ter uma autonomia de 300 km, você precisaria de uma bateria de 6 toneladas. Então, daqui a pouco você vai estar levando tanta bateria que não terá mais capacidade de carga. Daqui a pouco, você vai perder tanto tempo para carregar a bateria que não faz sentido”, explica.

A marca, que já tem seu caminhão movido a célula de hidrogênio, aposta nesta fonte de energia para o futuro das longas distâncias. Questionado se esses veículos são uma realidade ainda muito distante, ele afirma que não. “Nós já temos o caminhão. Precisamos de infraestrutura. No Brasil, o estado do Ceará será o primeiro a produzir hidrogênio em escala. Eu acho que daqui a um ano mais ou menos”, conta.
Senda se refere ao projeto da multinacional australiana Fortescue, que está construindo uma usina para produção de Hidrogênio Verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).

A produção local deve ser exportada já que a utilização do hidrogênio como combustível ainda é incipiente no Brasil.

Mas Senda acredita que, em dez ano, o País já terá uma frota rodando com essa fonte alternativa. Ele estima que um caminhão a hidrogênio terá um custo 40% mais alto que o elétrico.

O gerente de Elétricos da XCMG Brasil, Ricardo Senda

PÓS-VENDA

Sobre a garantia de pós-venda, o gerente diz que a XCMG tem uma rede de 45 concessionárias no Brasil, além de centros regionais “A gente tem um hub em Guarulhos (SP), um em Contagem (MG), um em Paraupebas (PA) e estamos finalizando o de Catalão (GO).”

Esses hubs são os “braços” da fábrica, que apoiam os clientes nas regiões. “São galpões de peça e showrooms para não ficarmos dependentes só da fábrica de Pouso Alegre.”

A marca oferece também oficinas volantes. “Temos ainda o banco da montadora que apoia os negócios com os clientes.”

Marca que produz elétrico em Minas

Sendim conta que a XCMG tem intenção de começar a produzir caminhões em Pouso Alegre. Mas ainda não tem um prazo definido para isso. “Não tem um porquê de, em dois, três anos, tendo um volume de demanda de caminhões elétricos, a gente não produzir no Brasil.”

A marca não pretende, no entanto, nem produzir no Brasil nem importar veículos a combustão. “Esse mercado já é muito concorrido. Eu não vou ficar brigando com uma Scania, com uma Mercedes, com uma Volkswagen, que já têm fábricas instaladas aqui.”

A XCMG começou a vender importados no Brasil em 2004 e hoje tem um alinha de 60 produtos sendo fabricados na planta mineira, inaugurada em 2014.

Senda ressalta que o governo de Minas Gerais e a montadora assinaram recentemente um protocolo pelo qual serão investidos R$ 270 milhões em pesquisa e desenvolvimento na planta de Pouso Alegre.

Reiter Log comprou 10 chineses

Em fevereiro, a transportadora Reiter Log recebeu dez caminhões E7-49T que adquiriu da XCMG.

Em 2021, começamos a jornada com caminhões a gás e os elétricos de pequeno porte. “Em 2023, tomamos a decisão de sermos os primeiros parceiros da Volvo a usar o elétrico pesado que a montadora trouxe da Suécia.”

Vanessa Pilz, diretora de ESG (sigla em inglês que representa medidas relacionadas ao meio ambiente, sociais e de governança) da Reiter Log, comemora a chegada dos caminhões elétricos mais potentes. “Com eles a gente começa a romper barreiras. Os elétricos leves são para last mile (distribuição nas grandes cidades). Já os mais pesados, a gente vai dedicar a clientes que precisam de descarbonização em rotas de até 150 km, das fábricas para os centros de distribuição”, explica.

Ela destaca que os veículos elétricos têm um custo muito superior na comparação com os a diesel. Essa relação, segundo ela, pode chegar a quatro vezes na diferença de preços.

Mas é uma aposta para os clientes comprometidos com ESG e também têm um custo menor. “O custo da energia é menor do que o do diesel e a gente não fica refém da imprevisibilidade dos preços de uma Petrobras.”

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