Quem usou Finame normal tem até 15 de dezembro para entrar com pedido; no caso do leasing, o prazo termina dia 30 de novembro
Nelson Bortolin
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) autorizou o refinanciamento de caminhões adquiridos por empresas de transporte com faturamento acima de R$ 2,4 milhões/ano, por meio do BNDES Finame e BNDES Finame Leasing. A medida vale para veículos comprados até 31 de dezembro de 2015 e o prazo para apresentação dos pedidos vai até 30 de novembro, no caso do Finame Leasing, e 15 de dezembro, no caso do Finame.
As empresas que tiverem 24 ou mais prestações a vencer poderão refinanciar seis, 12 ou 24 – a opção é delas. As que tiverem de 12 a 23 parcelas a vencer, poderão refinanciar seis ou 12. E as com menos de 12 (e pelo menos seis) podem refinanciar seis.
Segundo o BNDES, a soma das parcelas que forem refinanciadas se transforma em um subcrédito que é transferido para o fim do contrato e pode ser financiado com juros de mercado em 12 ou 24 parcelas. Durante o período em que seriam pagas as parcelas renegociadas, os juros incidentes sobre o saldo devedor do contrato original serão cobrados mensalmente.
“A circular chega num momento oportuno. No ano passado, 200 empresas entraram com pedido de recuperação judicial em Mato Grosso”, informa o diretor-executivo da Associação dos Transportadores de Mato Grosso (ATC), Miguel Mendes. Segundo ele, o BNDES tomou a medida depois de uma solicitação do Fórum Permanente do Transporte Rodoviário de Carga.
Mendes acredita que os bancos de varejo poderão se negar a fazer o refinanciamento – que não é obrigatório –, da mesma forma que ocorreu com autônomos e microempresas. “A maioria dos bancos privados vai colocar empecilhos. Mas, como fizeram muitos caminhoneiros e microempresários, as empresas podem ir à Justiça com ações de obrigação de fazer para garantir o benefício”, declara.
Para Mendes, no meio da grande crise econômica pela qual o País está passando, “o banco não pode virar as costas para seu cliente. O histórico dos transportadores é de bons pagadores. As empresas estão precisando desta carência para se organizar, melhorar seus fluxos de caixa, de modo que possam voltar a crescer e renovar a frota”.