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MULHER NO TRANSPORTE: Mulheres Master driver de salto alto 

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 A catarinense Tupiara atua na formação de motoristas há 15 anos e tem um filho estudando Medicina

NELSON BORTOLIN 

Preconceito se quebra mostrando segurança e postura profissional. É como pensa e age a catarinense Tupiara Agustinha Scortegagna, master driver da Cavese, concessionária Scania com sete lojas em Santa Catarina. Ela está nesta função há menos de um ano, mas atua na formação de motoristas desde 2002 e tem habilitação na categoria E desde 2006.

Graduada em Tecnologia e Seguran- ça do Trânsito e Transporte pela Universidade do Sul (Unisul), Tupiara entrou para o universo da educação no trânsito como instrutora de autoescola em Rondônia, onde morava desde criança. Depois, trabalhou no Detran e no Sest Senat, dando cursos para motoristas de caminhão, de ônibus e escolares. Transferida pelo Sest Senat, voltou para Santa Catarina em 2014.

Em Florianópolis, uma amiga viu o anúncio de que a Cavese tinha vagas de master driver e a avisou. Tupiara mandou currículo e foi chamada.

Ela cobre todo o Estado de Santa Catarina, demonstrando veículos Scania e fazendo entregas técnicas. Também atua no desenvolvimento de mercado. “Tenho uma agenda cheia, viajo bastante”, ressalta.

Tupiara é apaixonada pela tecnologia dos caminhões. Diz que, “quando se faz uma entrega técnica, não estamos apenas ensinando o motorista a dirigir, levamos a informação sobre a tecnologia. Não adianta dispor do melhor veículo se o cliente não souber usar suas capacidades”. A entrega de um caminhão não demora menos que uma hora e meia. “O motorista deve repetir pelo menos uma vez tudo que eu expliquei”, informa.

Questionada sobre preconceito por ser mulher num ambiente em geral masculino, ela disse que nunca sentiu, mas já enfrentou resistências. “Mas venci com profissionalismo. Quando você domina seu trabalho e as pessoas percebem que você não está falando bobagem, passam a respeitar.”

Com um filho, Ismael Felipe, que já está no quarto ano de Medicina, Tupiara diz que uma mulher não precisa abrir mão da vaidade para trabalhar nesta área. “Não dispenso um salto alto”, ressalta, embora dirija descalça.

Boa conhecedora da vida nas estradas, ela chama de “guerreiras” as mulheres que precisam pernoitar no trecho, devido à insegurança e à sujeira dos banheiros nos postos de combustíveis. 

Segundo a catarinense, há um espaço grande para as mulheres atuarem como motoristas de caminhão ou master drivers. “Tenho ex-alunas espalhadas pelo Brasil que me dão muito orgulho, mas ainda são poucas.”

Questionada sobre as diferenças entre o jeito de dirigir do homem e da mulher, ela não hesita: “As mulheres são mais cuidadosas. Gastamos menos combustível…”  

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