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Ser caminhoneiro no Japão é bem melhor

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Brasileiro que mudou para a cidade de Joso trabalha menos e ganha mais

FOTOS: NEIVA NAGAZAWA

Não é a primeira vez que o paranaense José Shoiti Nagazawa, 55 anos, se muda para o Japão para trabalhar. Mas é a primeira em que atua como caminhoneiro naquele país. Em 2018, ele deixou Londrina e foi para Joso, na província de Ibaraki, a cerca de 60 km da capital Tóquio.

No ano seguinte, a esposa Neiva Maria Costenaro Nagazawa foi também. Até há pouco tempo, ambos trabalhavam numa padaria.

Mas Shoiti conseguiu um emprego numa transportadora e está puxando produtos para supermercados na região, em viagens de até 300 km por dia.

Antes de ir para o Japão, ele foi caminhoneiro no Brasil por 13 anos. E agora pode falar com propriedade sobre a diferença de exercer a profissão nos dois países. “Aqui é bem mais tranquilo. Existe confiança entre as pessoas. Tem agendamento: você chega, entrega a nota e logo descarrega. Tudo é muito rápido”, contou ele, acompanhado da esposa, numa entrevista por Skype à equipe da Revista Carga Pesada.

Participaram do bate-papo, o repórter Nelson Bortolin e a jornalista e responsável pelas redes sociais da revista, Thaila Nagazawa, que é filha do casal e permaneceu no Brasil.

A extensão da jornada diária de trabalho do caminhoneiro no Japão varia conforme o número de entregas, mas nunca passa de 8 horas. “No Brasil tinha de trabalhar muito mais.” Ele pilota um caminhão Isuzu ¾ para 4 toneladas, de 7 marchas. Diz que o caminhão é bem confortável. E que ganha o dobro que ganhava no Brasil.

São US$ 86,57 dólares – algo em torno de R$ 460 por dia como salário fixo mais as comissões de carga e descarga. “A cada quatro horas de trabalho, temos direito a meia hora de descanso.” As férias, segundo ele, são de 10 dias após seis meses de trabalho com o mesmo empregador. O número de dias vai aumentado todo ano até chegar ao máximo de 20 dias.

No Brasil Shoiti comprou seu primeiro caminhão, um Volkswagen 9110, ano 1990, em 2007, pouco tempo depois de ter voltado de outra temporada no Japão. “Não estava conseguindo emprego (em Londrina) e resolvi comprar um caminhão.”

Ele transportava frios no Paraná como agregado de uma empresa. Depois teve um Ford Cargo 915, ano 2013. “Vivi uma época boa na estrada, mas, quando vim de novo para o Japão, já estava ruim no Brasil. Estava pagando para trabalhar”, conta.

Neiva continua trabalhando na padaria. No Brasil, ela era bancária. “Aqui está valendo mais a pena”, conta.

Veja no vídeo a entrevista com o casal, incluindo informações sobre como estão enfrentando a pandemia do novo coronavírus.

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